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TJ é a única instituição pública no mundo a ter relíquias de Santa Catarina de Alexandria

Dia 25 de novembro, é Dia de Santa Catarina

Por: Mauro Paes Corrêa
26/11/2024 às 16h11 Atualizada em 27/11/2024 às 14h49
 TJ é a única instituição pública no mundo a ter relíquias de Santa Catarina de Alexandria
Foto: Assessoria de Imprensa/TJSC

      No dia 25 de novembro, comemoramos Santa Catarina de Alexandria, a padroeira do Estado de Santa Catarina. Nascida no Egito no século III, ela é uma das santas mais veneradas na tradição cristã, simbolizando coragem, sabedoria e fé.

       A Justiça catarinense se destaca por ser a única instituição pública mundial que possui relíquias de Santa Catarina, as quais estão expostas na Capela Ecumênica do Tribunal de Justiça.

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       A desembargadora Haidée Denise Grin, presidente da Comissão de Gestão de Memória do Judiciário catarinense, enfatiza: “Com as relíquias sob nossa responsabilidade, temos a missão de educar os catarinenses sobre quem foi Santa Catarina de Alexandria, seus valores e sua notável trajetória”. Para ela, “Santa Catarina não temeu a morte; ao contrário, dedicou-se à vida e à fé, protegendo os necessitados e lutando pelo que considerava justo”.A história da chegada das relíquias ao Tribunal de Justiça remonta ao início do século XXI. Dom Gennadios, arcebispo grego ortodoxo da América do Sul, fez uma visita ao então governador Esperidião Amin e mencionou que os restos mortais de Santa Catarina estavam preservados no Mosteiro de Santa Catarina, localizado no Monte Sinai. O governador questionou se seria possível obter uma relíquia.O monsenhor Angelos Kontaxis, residente em Florianópolis, foi escolhido para negociar com os monges do Sinai.

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          Após longas conversas por telefone, ele viajou ao Egito, enfrentando dois dias de voo até o Cairo e mais oito horas de carro até o mosteiro. Ao chegar lá, foi recebido pelo abade Damaskinos.Para conseguir a relíquia, Kontaxis teve que passar por um debate teológico com 20 monges. Um dos monges levantou preocupações sobre o uso político da relíquia. Em resposta, Kontaxis destacou a convivência pacífica entre diferentes culturas em Florianópolis. Impressionados com sua argumentação, os monges decidiram testar sua fé pedindo que ele trouxesse uma pedra do Monte Sinai.Apesar de sua idade avançada e limitações físicas, Kontaxis cumpriu a tarefa. No entanto, quando soube que a relíquia seria destinada ao governo estadual, Damaskinos se opôs, afirmando que política e religião não deveriam se misturar.Foi então que a Justiça catarinense interveio. O então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Francisco Xavier Vieira, ofereceu a nova capela ecumênica em construção como local para guardar a relíquia.

             A inauguração da capela ocorreu em 23 de novembro de 2001 e contou com a presença de diversas autoridades e líderes religiosos. Atualmente, o Tribunal possui duas relíquias: um relicário prateado com um fragmento da costela direita da santa e um ícone que contém um pequeno pedaço de osso.A vida de Santa Catarina é repleta de eventos notáveis. Nascida em Alexandria durante o Império Romano, ela era conhecida por sua beleza e inteligência. Aos 12 anos se converteu ao cristianismo e aos 17 desafiou o imperador Maximino Daia durante as perseguições aos cristãos. Após derrotar 50 filósofos convocados pelo imperador em um debate teológico, muitos deles se converteram ao cristianismo.Enfurecido com sua resistência, Maximino mandou executar os filósofos e aprisionou Catarina. Ela sofreu torturas por dois anos antes de ser condenada à morte na roda — um instrumento cruel que acabou sendo destruído por um raio durante sua oração. Finalmente, foi decapitada em 25 de novembro de 307 d.C., data que permanece em sua memória até hoje.