Um caso suspeito da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como "doença da vaca louca", foi registrado em Caratinga, Minas Gerais. O paciente está internado no Casu Hospital Irmã Denise, e amostras foram coletadas para análise na Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou a suspeita, mas enfatizou que não há confirmação de casos da doença no estado até o momento. Os sintomas associados à EEB incluem agitação motora, irritabilidade e perda de memória, entre outros
A doença da vaca louca ganhou notoriedade global durante os anos 1980 e 1990, especialmente após um surto no Reino Unido que resultou em quase 100 mil casos confirmados e levou ao sacrifício de milhões de bovinos.
No Brasil, a vigilância em relação à EEB começou a ser intensificada após o surgimento da doença na Europa. Desde então, o país implementou diversas medidas preventivas, como a proibição da importação de produtos animais de países com casos confirmados e a restrição do uso de ração animal contaminada.
Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos da doença, que se transmite principalmente pelo consumo de carne contaminada. As ocorrências documentadas foram todas consideradas atípicas, surgindo espontaneamente em animais sem ligação com alimentação contaminada
A última confirmação de EEB no Brasil ocorreu em 2021, em Minas Gerais e Mato Grosso, mas esses casos também foram classificados como atípicos
Historicamente, o Brasil tem mantido um status sanitário considerado "insignificante" para a EEB desde 2013, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Entre 2005 e 2014, foram notificados 603 casos suspeitos da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que está associada à variante humana da EEB. Desses casos, apenas 55 foram confirmados
A vigilância contínua é crucial para detectar possíveis novos casos e garantir a segurança alimentar.Recentemente, o caso suspeito em Caratinga reacendeu preocupações sobre a vigilância sanitária e a segurança alimentar no Brasil. Embora as autoridades tenham afirmado que não há risco imediato para o rebanho ou para os humanos devido à natureza atípica do caso suspeito, a situação destaca a importância das medidas preventivas e do monitoramento rigoroso para evitar qualquer surto.
A população deve ser informada sobre os riscos associados ao consumo de carne bovina e as medidas que estão sendo tomadas para garantir a segurança alimentar. A SES-MG continua monitorando a situação e realizando diagnósticos diferenciais para oferecer um atendimento adequado ao paciente envolvido.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) é responsável pela defesa sanitária animal no estado e implementa um programa contínuo de monitoramento e notificação de doenças. Qualquer suspeita de EEB deve ser imediatamente comunicada às autoridades competentes, conforme estipulado pela Instrução Normativa do Ministério da Agricultura. A CIDASC realiza inspeções regulares e colhe amostras para diagnóstico em casos suspeitos, além de fiscalizar o manejo alimentar dos ruminantes, assegurando que não sejam alimentados com produtos proibidos que possam conter resíduos contaminantes.