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Milho e polenta evidenciam a história de Urussanga

Economia a base de milho permitiu a subsistência dos colonos

Por: Mauro Paes Corrêa
02/10/2025 às 10h26
Milho e polenta evidenciam a história de Urussanga
Foto: Freepik/PB

      A falsa sensação de uma nova vida, após uma extensa viagem de 45 dias, onde muitos amigos e conterrâneos morreram na dificultosa viagem de barco, empreendida entre a Itália até os portos brasileiros, passando pelo Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis e finalmente, Tubarão, trouxe no meio da esperança, o choque da surpresa ao encontrar uma vegetação nativa intocável, sem nenhuma estrutura para a subsistência e continuidade da vida no Brasil.

         A única coisa que os colonos receberam, segundo os colonizadores, era o milho, tanto para comer, como as sementes. Com este único elemento, os italianos foram aos poucos, usando o milho como base para alimento animal, na criação de porcos e bois, que forneciam a proteína, tão necessária para o trabalho pesado e a falta de estrutura médica, em busca de uma imunidade natural contra as adversidades encontradas na região, as doenças, os ataques de animais, e as feridas desenvolvidas muitas vezes, no combate contra os índios.

              A subsistência, aos poucos garantida, abriu espaço para a construção de estruturas, para acolher a família, permitir o trabalho e posteriormente, no intervalo do árduo laboro, celebrar as festas. É neste momento, que a polenta se destaca, não apenas como um derivado do milho, mas como prova de que com um único elemento, o milho, é possível fazer uma refeição inesquecível, regada com o próprio vinho, produzido de uvas na Terra Brasilis, no novo mundo, ainda longe do sonhado durante a partida da sofrida Italia, nos fins dos anos 1800.

              A polenta que atualmente, é usada como elemento secundário, abrilhantando inclusive a Festa do Vinho de Urussanga, que busca dentro da culinária local, enriquecida com diferentes quitutes, a satisfação do turista e da população local, em degustar o melhor dos dois mundos: o vinho Goethe, com a polenta, recheada de história. E vida.