O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Santa Catarina se prepara para um grande evento em comemoração aos seus 60 anos de história no estado. A celebração, que espera reunir mais de quatro mil pessoas entre filiados e simpatizantes, está marcada para o dia 25 de outubro, no Expocentro de Balneário Camboriú.
O encontro servirá não apenas para celebrar a data histórica, mas também para demonstrar a força política do partido no estado. Durante o evento, serão apresentados os pré-candidatos da sigla para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e para a Câmara Federal, marcando um momento estratégico para as futuras eleições.
A convite do presidente estadual do partido, Carlos Chiodini — deputado federal licenciado e atual Secretário de Estado da Agricultura e Pecuária —, o evento contará com a presença confirmada do ex-presidente da República, Michel Temer. Além dele, outras figuras de peso no cenário nacional estarão presentes, como o presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
"Queremos mostrar a força do nosso partido, que tem história e experiência", destacou Chiodini, relembrando a importância de figuras como o ex-governador Luiz Henrique da Silveira, considerado um dos maiores expoentes do MDB catarinense.
Atualmente, o partido se consolida como uma das principais forças políticas do estado, contando com mais de 180 mil filiados, 70 prefeitos, 59 vice-prefeitos e 741 vereadores em Santa Catarina.
Michel Temer (MDB) assumiu a presidência do Brasil de forma interina em maio de 2016 e foi efetivado no cargo em 31 de agosto do mesmo ano, após a conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Seu mandato durou até 31 de dezembro de 2018 e foi marcado por uma forte agenda de reformas econômicas e por intensas crises políticas.
O principal foco de seu governo foi a implementação de reformas estruturais com o objetivo de reequilibrar as contas públicas e recuperar a confiança dos investidores em meio a uma grave crise econômica. As principais medidas foram:
Teto de Gastos Públicos (Emenda Constitucional 95): Considerada a principal âncora fiscal do governo, a medida estabeleceu um limite para o crescimento dos gastos públicos federais por 20 anos, corrigindo-os apenas pela inflação do ano anterior.
Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017): Alterou mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), flexibilizando as relações de trabalho. Pontos como o "negociado sobre o legislado", o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical e a regulamentação do teletrabalho foram centrais na mudança.
Reforma do Ensino Médio: Sancionou a medida que tornou o currículo do ensino médio mais flexível, permitindo que os estudantes escolham áreas de conhecimento para aprofundar seus estudos.
O governo Temer conseguiu reverter a profunda recessão que o país enfrentava. A inflação, que estava acima de 10% em 2015, foi controlada e fechou 2018 em 3,75%. O Produto Interno Bruto (PIB), após dois anos de forte queda, voltou a registrar crescimento, ainda que modesto.
Apesar dos avanços na pauta econômica, a gestão de Temer foi marcada por uma grave instabilidade política e baixíssimos índices de popularidade.
Operação Lava Jato: O governo foi diretamente atingido por investigações de corrupção. O próprio presidente foi alvo de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça, com base nas delações de executivos da JBS.
Primeiro Presidente Denunciado no Exercício do Mandato: Temer se tornou o primeiro presidente da história do Brasil a ser formalmente denunciado por um crime comum durante o exercício do mandato. Ambas as denúncias, no entanto, foram barradas na Câmara dos Deputados, que negou autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) as analisasse.
Seu governo terminou com um legado controverso: por um lado, foi responsável por aprovar reformas econômicas de grande impacto; por outro, enfrentou forte rejeição popular e esteve no centro de graves acusações de corrupção.