O serviço social de manter cemitérios públicos, que é do estado, gradativamente está sendo terceirizado para a iniciativa privada, que nos novos modelos de contratos de concessões, possuem cláusula obrigatória de manter valores sociais, para a população de baixa renda.
Para manter um cemitério, é necessária toda uma estrutura de pessoal, e seguir de forma impecável, as recomendações dos serviços de saúde, em relação as regras de sepultamento e remoção de ossos, após determinado período, para ossários, além de outras exumações que ocorrem, inclusive periciais, como a comprovação de DNA, por exemplo.
Em Urussanga, que conta com ao menos um cemitério público, sendo este localizado no bairro Baixada Fluminense, retrata a realidade das pequenas cidades: um agente de conservação e limpeza, que atua como coveiro, agrega todas as funções para manter o serviço funcionando.
Além disso, na pequena cidade do Sul de Santa Catarina, a rotatividade de funcionários, foi alta. Em cinco anos, ao menos cinco diferentes profissionais, passaram pelo local.
E ao mesmo tempo, as pequenas cidades se preparam para a privatização, o que garante deixar de realizar a administração de um serviço, ao mesmo tempo essencial e importante, e sem deixar de atender a função social.
Os diferentes modelos de concessão, trazem desde a obrigação de investimento, qualidade mínima de serviço, e até mesmo, baseada em modelo de pagamento pela concessão, cabendo ao município definir a melhor forma de contratação.
No caso de Urussanga, há dois tipos de cemitérios: os mantidos pelas igrejas, em especial a católica, e os públicos, mantidos pelo município. A privatização, poderia ocorrer somente nos cemitérios públicos e poderia abrir espaço para a autorização de construção de novos cemitérios privados.
Em 2025, na pirâmide populacional da cidade, Urussanga concentra grande parte de seus mais de vinte mil moradores, na faixa etária de 40 a 49 anos, reforçando a necessidade urgente de planejar políticas em relação não apenas aos sepultamentos, que necessitarão de cada vez mais espaço, e buscar incentivar a prática da cremação, que torna-se uma opção cada vez mais popular, e de certa forma, menos danosa quanto ao impacto ambiental.
Inclusive, no cemitério central da Benedetta, falta espaço. Além disso, as limitações de construção por regras sanitárias, obrigam o município de Urussanga, a pensar em novas soluções.
Caminho que outros municípios do mesmo porte de Urussanga, já trilharam, a concessão e expansão do serviço, nas mãos da iniciativa privada. Polêmico ou não, é um assunto que precisa ser planejado, urgentemente, pelas administrações públicas.