Geral Missa da Peste
A Promessa de Fé que Venceu a Tragédia de 1880
Os 145 anos do milagre, serão celebrados no domingo (10)
10/05/2025 18h43
Por: Mauro Paes Corrêa
Foto: Vaticano/PB

     Há mais de um século, a tradição italiana em Rio Carvão mantém viva a memória da peste que assolou a colônia, com uma celebração anual que une história, religiosidade e esperança, que será celebrada no Domingo (10), à partir das 8:30h da manhã.

   Em 11 de maio de 1880, a comunidade italiana da localidade de Rio Carvão enfrentava uma das maiores adversidades de sua história: uma peste desconhecida que ceifou inúmeras vidas, especialmente entre as crianças. Em meio ao desespero e à dor, os colonos realizaram uma grande peregrinação até a capela de Nossa Senhora da Saúde, onde foi celebrada a primeira "Missa da Peste". A cerimônia foi um ato de fé e súplica pelas almas dos mortos e uma promessa de que a missa seria rezada anualmente caso o flagelo cessasse.

    Com o passar do tempo, a doença, cuja natureza exata ainda é incerta - podendo ter sido cólera ou peste bubônica -, deixou de dizimar a colônia. A promessa foi mantida e, até hoje, a Missa da Peste é celebrada religiosamente todos os anos na mesma data, preservando a memória e a fé dos imigrantes italianos e seus descendentes.

   Duas figuras marcaram essa história: um médico que enfrentava o desconhecido com métodos terapêuticos muitas vezes rejeitados pelos colonos, e um padre missionário que acompanhava o médico para administrar os sacramentos e oferecer respaldo espiritual. Entre as medidas emergenciais, pacientes com febre alta eram envolvidos em lençóis molhados para conter convulsões, uma prática que, apesar de simples, representava a única esperança para muitos.

    A Missa da Peste simboliza não apenas a religiosidade do imigrante italiano, mas também sua resiliência diante das agruras da vida, consolidando um legado de fé viva e operante que atravessa gerações. Essa tradição é um testemunho histórico da importância da espiritualidade na superação de crises sanitárias e sociais, mantendo acesa a chama da esperança e da comunidade